Sem Sentidos
Durmo nesta tua cama
inconsequente entre desejos sem sentidos,
faço como aquela que ama o bandido
e que esconde entre os seios o perigo.
São confusas palavras insonsas
que choram feito moscas sem gosto
com seus corpos desmembrados e tensos
que escondem o rosto.
Porque toda esta violência não demora,
esta dentro e não esta fora. Fora existe
apenas os pedaços deste poema que eu faço
sentado na minha poltrona, fora existe
também a inexistência do teu
regaço, e deste amor que desmorona.
Que o vinho sobre a mesa não me tire a
clareza desta minha aventura humana e da
desventura desta imprecisão. Resta-me apenas
o deserto árido da minha alma e da fonte seca
do meu coração
e esta garrafa de vinho como sangue em minhas mãos.