*_ NA NOITE DOS TEMPOS...

Foi na noite dos tempos que meus olhos sofreram com
lágrimas abnegadas e vi a dor do meu irmão.
Vi o sangue banhar a terra para saciar a fé cega e ávida
do poder dos Reis.
Famílias inteiras sendo dizimados, por homens insanos
e cruéis...
Quantas vezes caí de joelhos na terra árida da guerra
Quantas vezes o sangue banhou minhas roupas e vi
lágrimas nos olhinhos pedintes das crianças, estupefatas
por não compreenderem como um ser humano consegue
tirar a vida de outro...

E Deus permaneceu calado...
Os céus pararam...

Na noite dos tempos presenciei o silencio depois que o
campo de batalha terminava, e só sobravam os mortos
e o cheiro do sangue...
E as aves de rapina nas alturas esperando seu momento.
Orei tantas vezes pedindo perdão pelas atrocidades
deles.
Observador intruso de algo ancestral e Poderoso que
habita o coração insano.
Vi os magos negros falarem suas línguas estranhas, e o
complô de mentes diabólicas tramando nas sombras.

Socorrista dos tempos imemoriais, misturei minhas
lágrimas com a terra.

É por isso que escrevo como escrevo...
É por isso que escrevo com o sangue e a alma.

Além das montanhas e em cada parte do universo, anjos
estão sempre a postos, com as mãos apoiadas nas
espadas esperando uma ordem que não vem...
Eles também não entendem o silencio de Deus...
Eu os vejo, e eles me veem...

Poucos entenderão que a arma que pode vencer as
trevas está no dobrar dos joelhos, no dobrar do coração!