Gosto do Sol, deslizo a Lua com meados de lágrimas acumuladas durante todo o dia. Olho atrás e vejo que obtive mais querências de amor do que minúsculas particulas vindas de algum escuro do céu, que tentaram me atingir. Sou fraca ? Sou.

Mas, meu nome não é derrota.

E por ser fraca, não sou derrota.

Sou também jogo dos poderosos que vicejam minha vida como se ela fosse invisível e quase desprezível. Mas, sinto o contrário. Sou pequena, mas sou. E diante de minha luta, esforço, amor aos meus, sinto que a cada dia esta estrela se torna mais forte.

E por me julgarem com desdém, não sou derrota.

Vejo os meus, que me amam. Vejo meu filho que lancei para a vida e sinto que a cada dia ele se torna um troféu de vitória. Ele é meu amor. Pode alguém derrubar um amor ?

E por me julgarem vazia, não sou derrota.

Luto com armas que a vida me deu. E elas parecem mágicas, afiadas, brilhantes e prontas a serem usadas nos meandros da vida, contra parcas ordenanças atravancadas por vitória de ninguém, vazias, como uma bolha que só tende a crescer.

Se eles se julgam sóbrios, mas são tontos, e só pensam em vitória, medalhas e elogios desmedidos, todos caminham ao contrário da vida.

Eu penso simples. Sou a vitória de mim mesma. Pois do nada vim e caminho para a conquista. Não de reinos fabulosos, de plêiades onde terras se perdem de vista. Caminho para a minha conquista interior - este Sol interior que me ilumina e acalanta. Caminho difícil, de que poucos são capazes. Mas, eu tento ser...

E por me julgarem dona de muito e eu de pouco, é que não me chamem de derrota.

Um dia de nada pode se tornar uma guerra infinita. Então vejo cavatina de impiedosos com a maestria do sangue e da guerra nas mãos à procura de inimigos. Este dia de nada pode me levar às lágrimas, pode enfraquecer minhas mãos, mas eles desconhecem que tenho a força interior, o amor dos meus.

Por isso são sou derrota.

Sou simples e, às vezes, mal-querida. Por vezes, sou extremamente humana por amar a vida e a bondade, por querer bem os meus, os seus e os vossos.

Mas, meu nome não é derrota.

No entanto, a vida pode ser um imbróglio de incógnitas. Hoje pode ser assim, pode não ser. Pode ser que hoje receba abraços carinhosos ou insultos inglórios. Pode que não...

Mas, o que pensam meus inimigos nesta batalha da vida?

Acham que por me ferir com uma lança partida vai me doer? Até podem ! Acham que vão me brandar às lágrimas? Até podem! Sou humana, sou escudeira e também sou iluminada por luzes divinas que me pranteiam de amor ao próximo, de amor ao mais, e o mais longínquo.

E por isso meu nome não é derrota !

Já não guardo mágoas, não guardo ódio. Sou o simples, tentando sobreviver com as coisas que a vida me agracia. E quero o  amor de todos. Aos inimigos, cruzo seus passos com tristeza.

Por isso, não... meu nome não é derrota !

Se tenho defeitos ? - Imensos !

Sou igual a todos. Sou povoada, às vezes, de raiva, sou gana de agredir. Mas, estamos falando de seres humanos. Todos somos iguais, feitos da mesma carne.

Por isso, meu nome não é derrota.

E, se algum dia alguém quiser me derrotar, procure o simples.

Sou o simples de todos, iguais a todos.

Fraca, mas pujante.

E, por isso, sou levada às lágrimas.

Mas, pouco a pouco, essas lágrimas se tornam amor.

Por isso, e por tantas outras coisas,


Meu Nome Não é derrota
 
José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/04/2017
Reeditado em 15/04/2017
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