Uma vez
fui
divergente,
noutra complacente -
que sempre -
rimava
com
convergente.
 
Uma vez fui parente
vagando de vez,
a bordo
do vazio e sem lente.
 
Azar, já era
quase orco e
perdi todas
as patentes.
 
uma vez fui guerra
e virei bala
de matar.
e lá me
adormeci
de prenho ódio.
 
e foi tudo
tão de repente
que o sol de
lua se fez.
 
de verdade,
mas sem quer,
uma pobre
lua que se
escondeu,
com veracidade,
no lado escuro
dela mesmo !
 
foi quando
o bombordo
virou
estibordo,
puro e escovado.

e o caos
se anunciou.
 
e descobri
com mãos
de fenecer,
que a casa dela sumiu
nas pilastras
que ruiram.
 
e se foi o tempo.

sem momento,
chegando
cheio
de
fim.
 
e
cumpriu-se
a missão:
todos cairam
no crasso
esquecimento
de um grande amor,
que sem laço,
em meus braços
deu de norrer !

 
José Kappel
Enviado por José Kappel em 07/04/2017
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