Num sábado resolvi sair,
Arrumei-me, e à noite fui andar...
Sentei num barzinho,
E tudo em minha volta fui olhar.
O barzinho estava cheio,
Casais, homens, mulheres, cigarros...
Cerveja, petiscos, gargalhadas...
Vozes, beijos, pigarros...
Alguns estavam sós...
Afogando a saudade no beber,
Outros estavam acompanhados,
Beijos e abraços a envolver...
Reparei que jovens bebiam,
Fumavam, se beijavam...
Casais novos, distraídos,
Nem se olhavam...
O que eu estava fazendo ali?
Tentando esquecer,
Distraí-me, me diverti,
Mas algo me levou a você!
Distraidamente, um teclado foi colocado,
Um jovem, microfone, e instrumento,
Tocou algumas teclas,
Olhou para mim, leu meu pensamento.
Senti-me feliz, algo a mais para fazer,
Saí para me distrair, e até música vou ouvir,
O jovem, começou a emitir som,
Axé, rock, mpb... Gostei de estar ali…
Mas de repente, o jovem parou,
Olhou para mim, e a cantar...
Ah! Aquela música...
Meus olhos a lacrimejar...
O jovem, entendeu de prontidão,
Aquela música, tocou na ferida,
Chorei, meus olhos congelaram,
Ouvir nossa música preferida...
Quantas vezes aquela música,
Embalou nosso amar...
Cantando baixinho no meu ouvido,
Abraçados a dançar...
Ah! Jovem cruel,
Por que meu passado retornar?
Afinal, vim para me distrair,
E não para recordar...
Pedi, através dos meus olhos,
Pare, por favor...
Esta música... Ah!....
Causa-me profunda dor...
O jovem enfim entendeu,
Machucava, a música ouvir,
E ao acabar o show,
Timidamente veio se despedir...
Me cumprimentou, e falou:
“Senhora, te peço perdão...”
Também sofro ao cantar...
Canto a minha desilusão...!”
Entendi a dor do jovem,
Afinal, também era minha história...
Amor e decepção...
Ainda fazem parte da memória...
Abracei o jovem, e disse:
“Tudo bem, faz parte sofrer,
Pois só sofre quem ama,
Eu amei, mas vou me reerguer”
E com este jovem,
Aprendi que dor não tem idade,
Experiente ou não,
Sempre em busca da felicidade...
Muitas vezes no barzinho eu voltei,
E o jovem continuou a cantar...
E cúmplices, não mais chorávamos,
Pois uma amizade a encontrar...
Hoje, não sei mais aonde está o jovem,
Mas quando o teclado a escutar,
Meus olhos não lacrimejam,
Lembro-me do barzinho,
Do jovem tocar...
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