O Choro
Me sento sob a lua
Sob estrelas e estalos
Sob ventos e mormaços
Até sinto a pele tua
Pontos que lembram os seus
Pingos que lembram os meus
Laços que lançam o caos
Inferno interno que não tem fim
Sento e penso sobre o fim
Sento e moendo tudo em mim
Lembro o tempo que vivi
Fagulhas que me cercam
Conversas que me apegam
Risos que me alegram
E versos que morrem em mim
Remotas nuvens em desgraça
A angústia que me abraça
E o tempo que desaba
Sem ter pena, nem sentir
Sem um foco
Um decoro lógico
Um luto trágico
Um bisturi
Uma pena entendida
Mais abre a ferida
Mente falecida
Mudo sorriso sim