O POETA CANSADO!
Acho que vou me aposentar de escrever, pôr um pijama e me sentar numa cadeira de balanço.
Ficar observando a criança que passa alegre e eu sem inspiração não falar nada.
Já não tenho nem tanta saudade de alguma amada, mas isso já não serve pra mais nada.
O velho coração se fechou, já não faz um verso.
Ficou tudo sem nexo, a visão já anda turva e as mãos cansadas.
Saudade daquele infância, da juventude desfreiada, do homem de bom sorriso!
Devem todos terem morridos comigo!
Vou esperar o último suspiro pra chorar, pois agora seria feio, e ainda tenho medos dos meus defeitos, que sem nenhuma pena, objeção ou regra me transformou num poeta.