Pé de Bode
Lá ia o pé de bode
desgovernado, comia poeira
tava sem freio, como pode
Uma correria pela ladeira
Moça passava, roupa de missa
Descia a rua toda faceira
Não viu o danado, tava na prosa
Veio a lama que suja sua blusa grená
Encharca toda de lama de terra fubá
Sapato branco vira marrom
A lama fincou no lugar do batom
Sua maquiagem toda desfez
Seus cabelos molhados
Escorridos de dar dó
O moço do carro coitado
Até tentou desviar
Mas a força era grande
E seu braço não pode agüentar
Fim da ladeira o carro parou
O moço desceu e ainda tentou
Falar para a moça e se desculpou
E foi nos olhos que ela olhou
Um sorriso se abriu que diz aceitou
O pedido de desculpa do rapaz assustado
Viu que tudo aquilo não era pecado
Então se sorriram aliviados
Começava ali com grande emoção
Um flerte, um caso, um só coração