O GRITO DO AMOR
E quando penso: “a inspiração morreu”
Ela vem mansamente
Assim como do nada, de repente
Gritando lá de dentro de mim: “ela sobreviveu”
Depois de tanta angustia, tanta dor
Depois do desprezo, do desamor
Depois da indiferença, da solidão
Restou-me, em frangalhos, o meu coração...
Sedento a tua espera
Contemplando o sol, uma nova primavera
Pouco a pouco foi se esvaecendo
Foi assim que o meu amor, por você, foi morrendo...
Sequer uma gota você regou
Nem mesmo para saber como eu estava você ligou
Eu fui caminhando até onde os meus passos me deixaram ir
Na verdade eu queria ir para um lugar distante, sumir...
E os meus olhos, ah, quantas lágrimas choraram
De tanta saudade não mais verteram nada, secaram
E o grito seco do meu peito ecoou
Até hoje espero, por alguém sincero, que me mostre que vale a pena crer no amor!