MOMENTO
Não fosse o doce da tua boca possuída
Meu amor eu não sabia o que fazer
Talvez vivesse de tristeza pela vida
Ou desistisse simplesmente de viver
Não fosse o som da tua voz em meus ouvidos
Murmurando docemente: eu te amo
Plenamente eu perderia os sentidos
Num emaranhado de tristeza e desengano
E se os teus olhos comprimidos de ternura
Por um momento não fitassem mais os meus
Eu morreria, convivendo com a loucura
Tentando em vão me encontrar dentro dos seus
E quando a imagem do teu corpo, ali faminto
Me deixa louco, não controlo a minha ida
É tanto amor, que embriagado, eu não minto
Só me resta desabar pela fadiga
Mas num último suspiro me ajoelho
E faço preces que ecoam pelo vento
Pedindo a deus, com os olhos marejados
Que eternize a magia do momento
ILFRAN DE ARAÚJO