EM BUSCA DO TEMPO
Tanta coisa jogada pelo chão,
sonhos esparramados decerto
em cada peça, cada caixa, cada emoção!
Tantos anos colecionando, de perto,
alegrias, esperanças, sonhos agora
desfeitos, empoeirados nesta sala vazia,
por este caminho a fora, sem agora
e nem o amanhã, apenas noites frias!
Um amanhecer que não virá como dantes,
tardes primaveris, como as que foram
festas de ilusão nos nossos semblantes!
Nunca mais, porque tudo ficou definido
no momento em que aqui, de mim te foste
e nada será como antes, apenas o gemido
da dor e do choro silencioso, sonante
harmonia com a saudade dos tempos idos
e a felicidade dos instantes findos!
Eugênia L.Gaio-12/12/2016