CONFIDÊNCIAS

Meu coração era um “ser” angustiado,

um museu abstrato que guardava

meu tesouro ambulante de lembranças...

Alimentava-se do passado, respirava o passado,

e se negava a viver o presente,

com medo das violências sentimentais ...

Descrente da trilogia do tempo,

se esqueceu de que todo o “ser”,

por menos que viva, passa pelo passado,

vive o presente e morre no futuro

porque, no cenário da vida,

cada partícula de tempo

é quase ao mesmo tempo

presente, passado e futuro.

Desencantado, o “museu abstrato”

depois de engavetar o meu tesouro maior,

a alegria, a esperança, a felicidade

e meus pensamentos poéticos e devassos,

fechou suas portas e jogou as chaves fora,

no precipício do esquecimento ...

Um dia, como um raio de sol,

você iluminou a minha vida ...

E, com as chaves do seu sorriso,

abriu a porta da minha alegria...

Com sua perseverança quase utópica,

abriu a porta da minha esperança ...

Com sua generosidade, seu desprendimento,

abriu a porta da minha felicidade ...

Com o seu imensurável carinho,

despertou meus sentimentos eróticos,

há muito adormecidos.

E com a comunhão de todos esses bens

que ajudou a vida a me devolver,

você me fez deixar para trás o passado,

acreditar no presente e nas possibilidades

que nos pode oferecer o futuro,

despertando, em mim, o sentimento maior :

O meu amor infinitamente infinito por você ...

Maria Nascimento Santos Carvalho

Maria Nascimento
Enviado por Maria Nascimento em 29/07/2007
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