POESIA-PASSAGEM
POESIA-PASSAGEM
Em mil delírios roucos te abraço
sentindo o tremor do corpo teu,
em vezes me entristeço no compassos
sentindo o amargo gosto do adeus.
Sem flecha, sem arco, sou seu índio
das terras onde a guerra se findou,
sem medo, sem rancor,sou seu gemido
no espaço em que teu braço me cercou.
Não quero mais saber da boemia
se em casa tenho gozo de viver
e junto ao gozo toda a alegria
de ser amado e de te pertencer.
Fingindo ser criança, sou seu homem
e no teu seio perco a minha idade
deitando em nossa cama sou selvagem
menino delirando de saudade.
E de manhã acordo em teu nudismo
querendo novamente anoitecer,
para afagar de vez estes desejos
que pintam pras guerras do prazer.
Nas ruas de você não me despeço
para sentir que estou junto de ti
e a noite vem chegando pouco a pouco
e sem nem perceber eu já fugi.
Fugi da vida para os teus braços
que ardentes me afagam sem cessar
e no amor as luzes adormecem,
criança sou de novo a delirar!!!!