Chuva

Chuva forte, rajadas de vento,
Frio, casaco, solidão,
Assim estou eu,
Sentindo-me vazia, sem chão.

Olho minha cama vazia,
A marca do meu corpo,
No travesseiro molhado,
As lágrimas encorpo.

Aconchego no ededron,
Imaginando-te comigo,
Abraçados e unidos,
Amantes e amigos.

Olho o chuvisco na janela,
E vejo por entre a água,
De novo volto para a cama,
Lágrimas na minha boca deságua.

Repentinamente um clarão
Meu quarto surge a luz,
Trovoadas e relâmpagos,
Sozinha meu coração conduz.

Sofro pelas quatro paredes
Quero muito minha cama preencher,
Me aconchegar e me entregar,
Quero aqui comigo somente você.

A chuva caindo,
São minhas lágrimas derramando,
Coração esfaqueado,
De alguém que continua te amando.

Em dias de verão, sorrisos e entregas,
Agora aqui sozinha, lágrimas e abandono,
Chuva que lava minh’alma,
Meu travesseiro é meu dono.

A vida parou, não sei para onde ir,
Maldito amor que comigo faz,
Meu presente e meu futuro,
Não consigo, só olho para trás.

Estas recordações que me marcaram,
Criaram raízes na minha vida,
Corroem meus dias,
Fui feliz e destruída.

Vou abrir a janela
E deixar a chuva entrar,
E com o dilúvio,
Revoadas, vou levantar.

Solidão que insegura,
Você que me fez sofrer,
Depois que passar a chuva,
Sei que o brilho vou ver.

Vou arranjar forças,
E forte vou me reconstruir,
Fui ferida, assassinada,
Mas sei que vou conseguir.

Um amor imenso eu te dei,
Minha alma e meu coração,
Tudo em tuas mãos coloquei,
Este foi meu erro,
Foi o muito que te amei.

Sofro com as recordações,
Tudo me lembra nosso viver,
Cada canto da minha casa,
Tem teu toque, tem você.

É difícil te esquecer,
Mas sei que vou sobreviver,
Afinal para te amar tanto assim,
Primeiramente tenho que amar a mim.

Vou me refazer,
Te arrancar da minha memória,
Reconstuir cada capítulo,
Refazer minha história,

E quando de novo a chuva cair,
Uma nova mulher vai encontrar,
As águas não serão minha lágrimas,
Porque um grande amor irei encontrar.

E um dia quem sabe,
De você irei lembrar,
Foste uma chuva forte,
Um dilúvio, a me derrubar,
Mas que acreditei no sol,
E a luz da esperança voltou a brilhar.

E quando eu me recordar,
Do muito que te amei,
Olharei a chuva,
Quanto por ti chorei!

Hoje é meu sorriso,
Que a chuva irá encontrar,
Pois aprendi que para ser feliz,
Aprendi primeiramente a me amar!


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