AMBOS CONDENADOS
Em expressiva conclusão
De magoado coração...
Tu colocas entre nós, um fim!
E me dizendo assim...
“Não faço questão”...
Observo sem emoção...
Que tua boca não fala
(Entre as paredes da sala...)
O que o teu olhar revela...
Ambos contidos na mesma cela...
Em subjetiva espera de perdão...
Matamos em silêncio
Um sentimento impreciso...
Somos cúmplices do mesmo crime...
Tudo em vão...
Sinto... mas é preciso
Também dizer-lhe: Não !
Lamento...
O que o teu olhar exprime
Mas para esse crime
Não vejo absolvição !
Selamos um contrato
De fatal separação
Mas...
Coração é fato...
O amor ainda nos fita
Entre nós... Por todos os lados...
Somos ambos condenados...
Às grades da reclusão
Onde a saudade grita...
Sem nunca encontrar razão !...