NO CALOR DO SONHO
NO CALOR DO SONHO
Sonhei-me no teu regaço
Minha alma embeveci;
O espaço perdeu o espaço
Uniu-nos um forte laço
Sentindo-me preso a ti.
Entonteci nos teus olhos
Encandeou-me o seu brilho;
Na tua saia de folhos
Deixei-te beijos aos molhos
E prossegui o meu trilho.
E no teu ninho de amor
Demorei-me longamente;
Tarde plena de esplendor
O quarto tinha mais cor
Do que o sol, já no poente.
Ah glória de te ter tido!
Ah forte imaginação!
Era o fruto proibido
Que me era oferecido
Nos meus sonhos de ilusão.
Joaquim Sustelo
(em ENQUANTO A BRISA SOPRA)