AMOR CIGANO
Noite passada tive um sonho,
Correndo na relva ao alvorecer
Vi um anjo lindo aparecer
Com roupas brancas, meio tímido, ele sorriu
Estendendo os braços, ao teu encontro eu fui
E selando aquele momento único, com ternura
Nossos lábios assim se uniram, foi sem dúvida,
O beijo ardente que outrora, há muito tempo prometido
Ao altar em que um dia Deus na terra, assim o concedia,
Como em tantas outras vidas, meio a despedidas...
Às vezes, penso tudo não passar de utopia e me indago:
Serás mesmo que foi só um sonho ou realidade?
Mas, enquanto sonho, o nosso amor se faz vida
Enquanto durmo, o nosso amor se faz sonho,
Oh! almas perdidas, dilaceradas pelas dores
Que dentre tantas outras histórias vividas
Ainda temos a distância como nossa maior e cruel inimiga
Dois mundos interligados pela vida e pela morte
Até quando suportaremos esta distância
Que sempre está entre nós a entreter,
O bom do amor e a felicidade a dois dividir?
Por que, meu bom anjo?
O que trazes para mim, nesta noite, anjo bom?
Lembra-te quando perguntastes de quem eras meu coração,
No que eu lhe respondia: ele serás sempre teu!
E neste sonho, meu amor, serei tua novamente,
Ficarei sempre à tua espera, noites assim,
Deliciando-me nesta mistura louca de euforia
Ainda apaixonada pela tua magia
Ainda sinto teu corpo nu, quente feito brasa,
Com seu gingado e sedução, sua voz rouca a relembrar
Que com os teus beijos calientes q' em mim surtia,
Sussurrando em meu ouvido juras eternas de amor
Ainda sou sua cigana, meu amor, fiel como tu
Seremos eternos guerreiros do nosso amor
Lutaremos juntos por ele, venceremos a morte.
Por você eu luto, brigo e espero
Por cada noite ao adormecer,
Em devaneios eu aguardo
A cada sonho, um novo encontro,
A cada encontro, uma história nova de amor
E em meus lábios terás tua boca
E em teus braços, terás o meu amor.
(Simone Medeiros)
7 Set 2014