Clique, fim...
Foi num clique,
embora o sonho...
Entre nós,
presente a tela,
nos declara, nos consola,
nos retrata toda hora,
como bicho em perdição...
Um botão que nos separa,
minhas mãos relutam tanto.
E num clique, a solidão...
Tela negra, sem estrela...
Não tem rua, não tem nada.
Nem mão dada, olhando a Lua.
Só a cama em desalinho,
que no canto, assim calada,
não responde, não afaga,
não abriga a inquietação...
Deito nela simplesmente,
como deita-se um cadáver,
sobre a seda do caixão...
Fecho os olhos, encolhida.
Que a janela não me diga,
que lá fora o Mundo existe...
Pois meu corpo ainda insiste,
nesta falta e neste gosto,
procurando além do vidro,
teu olhar, livre e perdido,
em estrelas tão distantes,
que as mãos tanto desejam,
e não sabem, como alcançam....