Transtorno

Desculpa essa minha insistência em te procurar

É que o grito soa mais alto do lado de cá

Se és ausência em minha rotina, sem vergonha

Farei poesia, mandarei recados, provarei amar

Cada minuto tem teu tempo de respirar

Cada suspiro é desalinho de meu olhar

Procurar entre canções o meu lugar

É sina vazia, madrugada fria, te procurar

Não sou corajoso, erro na dose, sou meloso

Gosto quando deixo claro o que é amar

Se apaixono inflamo, se queima eu amo

Se tu diz que vens eu sou capaz de endoidar

É que o amor corroeu meu juízo

Não sei mais do que preciso

Ter na Terra um lugar pra chamar de paraíso

É você ousar flutuar onde eu tropeço e piso

E agora você passa eu acho graça

Tem sorriso onde quer que você esteja

Abraços meus podem até ser teu hasteio

O caminho é curto, passa com cuidado, não para no meio

Que eu não sou de pouca intensidade

Sou da alma estufada, morro de medo

Mas amar requer vulnerabilidade

Se um dia você aceitar, desacredito da verdade

Foi quando o pequeno fez-se transbordar

Foi quando coração maltrapilhou fez-se alinhar

No dia que a coragem resolver explodir

Juro que não caberá em mim a vontade de te possuir

Não vejo mais os dias como antes

Tem horas em meu relógio que tem seu nome

Tem ponteiro, calendário, eira nem beira

Perdido em meio as ribanceiras

Amar fez de mim refém de tuas maneiras

Vem que a saudade já fez moradia em meu rosto

Vem que das lágrimas eu já decorei o gosto

Vem que o tempo de nós dois é pouco

Vem, arrebata esse coração, assume teu posto

Vem, só mais um passo, encosta teu rosto

Tira de mim essa triste monotonia

Escancara esse peito que abre a você todo dia

Explode quem já foi feito de agonia

Liberta pois esse escravo de ti, louco pela alforria

Tanges a perfeição com tal sutileza

Não hei de entrar no mérito de beleza

Meus olhos são testemunhas do que pode a natureza

Quando une cuidado, paixão e delicadeza

Tu, a sorte grande de uma vez na vida

Eu, arriscando no amor a única saída

Nós, sonho de uma realidade preterida

Desculpa, não sei como foi, mas te amo sem medida

Gabriel Melo 12/11/2016

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 13/11/2016
Código do texto: T5821806
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