Apelo
Tenho fome, amor
e me alimento de suas palavras
ainda sementes, a germinar
envoltas em areia, berço, teia
à espera dos ramos e da seiva
Tenho fome, amor
e devoro seu riso
extrapolo qualquer juízo
ao vê-lo sorrir para mim
com a ternura de quem ama
Tenho sede, amor
a sede dos que esperam
em curvas de caminhos
em estradas abandonadas
e jamais verão
chuvas ou cascatas
para sempre serão miragens
surgem apenas em outras paragens
distantes do vazio do coração
Sacia minha fome, amor
mata minha sede, por favor
traz seus olhos de volta
para os meus...
devolve meu sorriso
e não diga mais adeus...