QUASE REAL - Poesia nº 52 do meu terceiro livro "Relevos"

Eu era um garoto apaixonado,

A ambicionar um lindo menino.

E assim, o amor fui descobrindo!

Agora, faltava-me o ar!

Já não suportava mais,

Só a ele, olhar e olhar.

Corro, brinco, te quero,

Amadureço e te espero!

O tempo passou...

Um dia, com toda a coragem,

Falei o que por ele eu sentia,

Mas o que eu realmente temia,

Era transformá-lo em miragem...

E foi o que aconteceu.

__ Eu já vou indo embora...

Desse jeito ele me falou,

E de mansinho se afastou...

Teria sido erro meu? E agora?

Num outro dia ele apareceu,

E disse-me com um sorriso

Manso no seu rosto, fugindo...

__ É assim mesmo meu amigo,

É só por amizade essa atração,

E só por respeito a sua paixão.

Eu até pretendia, mas dele, não quis duvidar,

Não saberia dizer-lhe se meu amor ia mudar.

Daquele dia em diante eu senti na pele,

Como é duvidosa a forma da realidade,

Porque nos olhos, lá contida, se revele

Escondida, talvez, toda uma verdade!

O tempo passou...

Então lá dentro do coração,

Deste sofrimento por paixão,

Vejo-o gritando, doído, fugindo...

Depois voltando e olhando-me,

Namorando-me e tocando-me.

Vejo-o desejando-me e amando,

Mesmo que me pareça resistindo.

Sua família, para outra cidade mudou,

E por onde ele anda, eu nem imagino.

A sina me traiu, a esperança se findou...

Mas no meu coração para sempre ficou,

A idolatria que sentia, por este menino!

Eduardo Eugênio Batista

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Setedados
Enviado por Setedados em 19/09/2016
Reeditado em 19/09/2016
Código do texto: T5766263
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