SUPLÍCIO DE UM ADEUS

Quando não se tem o direito até mesmo de sonhar

A própria vida se incumbe de isso realizar

Das fomas mais sutis e declaradas possíveis!

Todos os caminhos, a princípio suaves e doces,

Ao longo da jornada tisnam-se de fumaça

Espessa ressecando as cores, outrora pastel,

Em ressequidas tristes cores sombrias!

Os verdes vida, antes bordando lençóis

Sobre montanhas gigantescas de esperança

Despencam-se sob as lágrimas da noite

E as angústias dos dias esquecidos na solidão!

Rompe-se dentro do ser a desesperança

E a inércia, o descaso e a incerteza

De dias que nunca construirão castelos

Ou choupanas, verdades ou mentiras!

Nada enfim resta ao caminhante sozinho

Que não seja a eterna dor de uma grande

Saudade que o tempo esqueceu

E que rasga a alma , queima o peito

E destrói a vida daquele que amou e sonhou!

A morte chega de forma salvadora, singrando

Os mares revoltos do choro e do desespero!

Ah santa morte! Como te chamei! Como te esperei

E agora chegas em terras tão longínquas

Distantes daquelas que um dia fizeram-me feliz!

Leva-me pelas tuas mãos, santa morte e

Da-me a paz de que tanto meus sonhos pedem

Sei que a estas plagas não mais voltarei,

Minha terra, no teu sol não mais me aquecerei

Nem sequer no teu solo me enterrarei!

Adeus terra minha,adeus amor meu

Adeus vida minha!

Eugênia L.Gaio-13/09/2016

Eugenia L Gaio
Enviado por Eugenia L Gaio em 13/09/2016
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