LONGE DAS ENTRELINHAS
Eu me sinto constrangido quando te escrevo minhas dores ausente de rimas,
Fico amedrontado em me manter longe das entrelinhas, e ser objetivo em dizer,
Me abrindo como as folhas de um livro novo sem saber sua reação,
E após descrever o mapa de minha dor, só restar o dormir e o aguardar.
No peito a sensação de arrancar a casca de uma ferida cicatrizada,
Que não jorra mais sangue, mas arde em seu deserto,
Confrontado ao alívio de revelar as cartas sobre a mesa,
Entretanto, revelando fantasmas que podem afastar.
Pela manhã a vontade que difere da chuva de verão, não é passageira,
O respeito pelo silêncio, e a chama desejando um pronunciar,
A trilha sonora a caminho do trabalho parece uma armadilha,
A voz canta intentando afastar os pensamentos e tranquilizar.
No trabalho um computador à mesa convida a mais uma rotina,
O gelo é quebrado com o som da mensagem,
Sorrindo, como um menino que ganha um chocolate,
Seria essa semente uma esperança para se regar?
Desejos amáveis de quem espera um motivo para sua devoção,
Tal qual a chuva de verão ao tocar a terra seca liberando um cheiro agradável,
No meu deserto quem sabe, ser o oásis de águas frescas para acalmar,
E de suas noites poder ser o seu sonho, e do dia sua realidade.