ADEUS... ATÉ BREVE...

ADEUS... ATÉ BREVE.

Ao ter a notícia de agora,
Esperado momento da minha angústia,
Penso constante na frase que eu possa dizer...
Lamúrias...
Ah, você vai embora,
E à ti dedico um adeus... um até breve...
 
Adeus para um até breve de outrora.
Quem me dera pensar no amanhã,
Sem te ver, como te vejo, à qualquer hora.
Serás um alívio, serás compaixão.
Do nada que vivi, ao menos a solução.

Então, será um até breve de um adeus...
Que jamais pensei fosse tão próximo do tempo do agora.
 
Adeus para te querer presente,
tocar tua pele,
beijar tua boca,
Sentir você: calorosa e palpável.

Até breve, para um sentimento ausente,
Mesmo assim,
Platonicamente amável.

Adeus no pensar em ti,
como mulher,
Em querer te possuir,
sem me iludir.

Até breve, pra uma amizade futura, livre e sincera...
...apenas pra te fazer sorrir.

Adeus pra vontade de te abraçar, teu corpo apertar,
Tua geografia explorar, 
Tua pele contactar, massagear, 
Ao teu corpo inteiro carinhosamente beijar.
Dizer palavras de afago ao pé do ouvido,
E ao teu conforto - ternura,
Em tudo te acalentar.

Um adeus pro meu querer,
E pra minha vontade de te morder,
Te comer, de dar prazer,
Fazer tudo que eu quero sem te ferir...
Volúpia, vontade, tezão, carinho, entrega.
Sem te fazer doer, sentir comigo você se abrir.

Mas me chega o propósito do até breve,
Pra tudo isso que não tive,
À um sentimento que me alivie.

Adeus àquilo que sonhei...
Até breve para lembrar que o sonho o tempo apaga,
dispersa, dissipa...
Jamais darei conta do que perdi ou ganhei... não sei...
E você também não...
Perpetuamos uma incógnita sensação. 

Ah, adeus para mais uma ilusão de amor...
Ah, até breve para uma sentimento sem nada e do nada,
Sem mágoa, sem dor.

Adeus por ti querer demais (assim pensei),
Adeus por tentar de ti me aproximar...
Até breve somente pra me acalmar,
Até breve para um filme de Godard, 
Deveras não consegui você me escutar (que pena).

Sem medo, sem culpa. Cautelas.
Não houve entre nós o âmago da concreta paixão.
Não houve cenas nem capítulos de tele-novelas.
E pra isso ficou-se o adeus.
Fértil demais minha imaginação. 

Até breve, para o que virá... mas o que virá?
Adeus também pro nada que construímos,
Até breve para o pouco da amizade que temos,
E assim, sem crises (à Deus), nada destruímos.

O breve de um adeus,
Ao caminho do seu futuro,
Em seu momento de ir embora.
Agora...
Então vá e não olhe pra tras.
Aqui me cubro de paz e temperança.
Até que o tempo resolva deixar o caso (você) dentro de mim,
Apenas como uma vaga lembrança.

E nada mais...

Adeus pra minha lúdica imaginação de estar contigo,
Até breve, prum tempo em que poderei ser apenas amigo.
Talvez um conforto, um conselho,
Um sorriso, um abrigo.

Adeus para o meu imaginário declamo,
Palavras sublimes de ternura, de risos... de amor...
Até breve para dizer o carinho que tenho (difícil de explicar),
Mas que nunca tenha conseguido me expor.

Ah, o amor troca íntimas confidências com a amizade. 
Mas então, ao carinho do bem-querer (seja um ou outro),
Não se tem de fato o adeus ou até breve.
Pra isso se tem o sempre, presente, eternidade,
Sem tempo de validade,
Pois assim vale tudo como sublime sentimento,
Ainda que pouco ou demais...
Insólito ou completo,
Sem sexo, com nexo,
Perfeito ou não,
Confidente ou ausente,
Recíproco ou desconhecido,
Sem troca, sem toques ou dicas,
A tudo que não toca o desafio.

Enfim, por fim, ao final, conclui-se,  
Adeus... Até breve...

 
obs: carta-poema redigido em agosto/2012, ora reeditado e publicado, com algumas inserções de textos e palavras.