Ode á Gabriel
Meus passos se perderam na noite.
Noite fria, densa e vazia.
Eu nascerá para governar marés,
ser filha bem amada das águas misteriosas que bailam diante do olhar curioso.
Mas eu precisava crescer...
Para isso:
Forjada nas chamas eu fui,
mas o fogo incinerou minha alma com seu ardor.
Maculou - me a frágil pele, mas deixou de saciar meus anseios.
Cantei versos encantados de tempos longínquos ao lado de Éolo, o doce da face nefasta.
Mas tal liberdade me trouxe solidão
A terra por sua vez, ofereceu - me riquezas infindas
e passos firmes em sabedoria, sem pesares.
Mas meus passos de ninfa corriam campos em sonhos sem batalhas exatas,
nem pulsos que empunhassem espadas.
Voltei á meu lar e o vazio terminou seu árduo trabalho e me consumiu por completo
Foi quando ouvi teu chamado...
Ele partiu das Torres, e estás revolveram seus pilares.
Ele pulsou como doce tremor sobre minha pele,
E vi meus guardiões se curvarem.
Meu sangue a tanto tempo sem vida, correu em minhas veias com força surpreendente,
ressuscitando - me o corpo, restaurando minha alma, entregue á ele...
Eu finalmente pertencia aos portais do Oeste.
Pertencia ao meu bem amado, senhor dos sábios,
mensageiros das três faces e das nove asas.
Sua voz era como o trovão e tua pele como chama ardente.
Meus olhos cegaram - se em júbilo.
Eu finalmente pertencia ao Oeste...
Era guardada por Niacksa, a rainha das águas.
Criatura nova, presente dado ao Sol poente.
E agora enxergava a clareza, eu era a fênix ressurgida.
Eu agora era aquela que fazia parte de Gabriel, o sábio..."