FUMAÇA
Sabe aquele copo à mesa cujo interior possui um líquido misterioso,
Que libera uma fumaça singela sem demonstrar se anuncia o fervente ou gelado,
Um copo à mesa esperando ser experimentado.
Estamos tão além de copos, aqui hão corpos,
Esfumaçando razões geladas e corações ferventes,
A primeira mostrando caminhos, a segunda se permitindo arriscar.
Querido, essa fumaça é o estado da alma,
Que vive uma eterna confusão,
Que queima na paixão e assopra o vento gelado de sua razão.
Essa fumaça que pouco sobe e desaparece ao vento,
Através de meus olhos demonstra as inconstâncias de um “eu”,
Que em seu braço anela repousar.
Sem direito a distrato, pois deseja conhecer uma cláusula irrevogável,
Sem vícios, arraigada no consentimento,
Para evitar novos constrangimentos, aquiescendo a necessidade de amar.