Ainda que a saudade se expresse
Em um pedaço de papel,
O dom real de sonhar pertence aos vivos.
 
A vida cria amores, verdades e dores,
Palavras
E o dom de inventar.
 
E assim vamos inventando lembranças,
Criando histórias,
Memórias que não queremos apagar.
 
E surge a esperança, a vontade de alcançar
Até o mais intangível desejo.
Os passos do felino sobre o muro,
Sabendo que a Lua lhe dará guarida.
 
A vida é recheada de doces,
Doces coloridos, redondos, lisos,
Doces que levam à boca
O sabor de uma infância inacabada.
 
E da infância vem a pureza dos sentimentos,
Só crescemos em corpo,
Pois quando crianças amamos de verdade,
Sentimos na carne e nas lágrimas
Tudo o que ganhamos e perdemos.
 
Para que crescemos?
Não sei...
 
Seria bom termos olhos pequenos e sinceros,
As mãos sem força para machucar,
A vontade de correr sem parar,
E rir, rir muito, de quase tudo,
E ser sentimental,
Por quase nada.
 
Ser grande é um grande fardo.
 
Gente grande ama quando não pode amar
E é amado quando não pode receber.
 
A tal responsabilidade dos grandes
Estabelece limites inexistentes para a alma.
 
O nome transgênico de consciência
É tristeza.
 
(Para um animal, o qual não deveria ser chamado assim, o limite de amar é lutar por seu amor com a própria vida)
 
MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE
Enviado por MARIO SERGIO SOUZA ANDRADE em 26/06/2016
Código do texto: T5679554
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