UM CORAÇÃO BOM VII
Entre luzes fingidas,
sombras espargidas e masturbações
escondidas,
surgiu ela;
não amei logo
de cara, mas não levou muito tempo
a lhe sentir o bom coração;
rara falamos
sobre a solidão e a frustração
das pessoas que frequentavam
o chat,
ela não
era disso (embora meu ego, às vezes,
quisesse fuzilar a teatrada);
reparei, sim,
de fato, que em um mundo louco,
ela evitava confrontos e fazer
mal até aos putos
bastardos
que a incomodassem;
reparei também
que não era de alimentar anjos falsos,
com seus escondidos
pecados,
enquanto outras
me perjuravam amores flutuosos,
se diziam boas, sinceras e sem namorar
com o resto da virtual
passarada
(houve até uma
puritana traidora que se dizia
pura e arrotava luzes
avessa para todo
lado),
traindo-me
com suas máscaras
embaçadas;
e, assim,
me liguei, mesmo em ausentes conversas,
e nunca me esqueci o que ela
carinhosamente
me disse:
“Jamais farei
mal a tu, amor”; e enquanto
dizia que eu era puto e criador de galinhas,
nunca repararam que isso é que
me era nobre, e mais
nada.