UM CORAÇÃO BOM VII

Entre luzes fingidas,
sombras espargidas e masturbações
escondidas,

surgiu ela;

não amei logo
de cara, mas não levou muito tempo
a lhe sentir o bom coração;

rara falamos
sobre a solidão e a frustração
das pessoas que frequentavam
o chat,

ela não
era disso (embora meu ego, às vezes,
quisesse fuzilar a teatrada);

reparei, sim,
de fato, que em um mundo louco,
ela evitava confrontos e fazer
mal até aos putos
bastardos

que a incomodassem;

reparei também
que não era de alimentar anjos falsos,
com seus escondidos
pecados,

enquanto outras
me perjuravam amores flutuosos,
se diziam boas, sinceras e sem namorar
com o resto da virtual
passarada

(houve até uma
puritana traidora que se dizia
pura e arrotava luzes
avessa para todo
lado),

traindo-me
com suas máscaras
embaçadas;

e, assim,
me liguei, mesmo em ausentes conversas,
e nunca me esqueci o que ela
carinhosamente
me disse:

“Jamais farei
mal a tu, amor”; e enquanto
dizia que eu era puto e criador de galinhas,
nunca repararam que isso é que
me era nobre, e mais
nada.

 
Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent)
Enviado por Péricles Alves de Oliveira (Thor Menkent) em 28/03/2016
Código do texto: T5587292
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