a mulher passa na alvura
e venha à luz, raios de sol
transmutando faces à lua
teu corpo, o instante olhar arenoso
suspense sem ar, sem luz e brilha
e entre a vaia da ventania
a mulher passa na alvura da veste
um cúmplice vento levante-lhe a saia
é inútil tentar mover-me
e o tempo foge com esguia
entre suas pernas de estátua
ágeis, finas, o prazer que assassina
embebidas com as suas mãos vaidosas
e a chuva tarda em reter tua doçura
a água para a minha memória seca
as realidades exaustas de ontens
pelo céu, um apelo ao teu olhar distante
e o sono pesado e o peso da vida
um olhar apenas para despertar
nascer uma segunda e única vez
senão as ruas, nunca mais irei te ver
e nunca mais virá um por do sol
para contemplar um reencontro
a fantasiar um corpo que mais não existe
que de mim nada sabes e nada sei de ti
e a mulher que eu teria amado
até parece que me adivinhastes
para que me sejas um nunca talvez
e não revejamos nós na eternidade
"não importa o que a solidão fez de você, mas o que você faz com o que a solidão fez de você". (Sartreanas)
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imagem:
19th century Art from Classicism to Romanticism
SALM PALACE
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220th Anniversary of the National Gallery in Prague
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música:
B-TRIBE / Lágrimas
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