O crime do poeta

todo o tempo que restar

quero me emoldurar

de todo lenço

enlaço o vento

e vou te buscar

mesmo a memória

tantas outras floras

abrasadas cores

que desaguam

sem demora

na natureza das palmas

de tuas mãos

que vigoram

o algoz perfume

que o melhor

costume pode

desfalecer.

em teus ouvidos

os pássaros choram

a dor de não te ter,

e como um bom rapineiro

vim de te provar que sou teu

meio melodia e fúria

te ardo na mente

te caço nas vertentes

te faço mulher

em vidas e vindas

tomei licença de te amar

posso romper o mundo

mas o meu importuno

foi não te delatar

a verdade que escondo

por medo de não me encontrar

no amor corredio

massivo, esquivo

nas palmas das mãos

de teu paladar.

Victor Leonardo
Enviado por Victor Leonardo em 08/01/2016
Código do texto: T5504200
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