Olhe para mim, Aquarela

A doçura dos meus versos nunca descreveram os nuances do teu rosto,

minhas palavras não couberam no papel.

Ora, talvez fosse a tinta,

de tão pouco doce

esse azul marinho não pudesse traduzir você.

eu, que hoje sou tão pouco,

meu mundo menino, tão mindinho!

Eu, que jamais coube em mim,

que jamais soube de mim,

é, Eu sempre fui assim…

Minhas mãos molhadas de tristeza,

encharcadas de passado,

nos espaços do papel

faltava açúcar,

faltava um pouco mais de mim,

eu que sempre fui assim.

E se eu tivesse a tinta?

A púrpura perfeita.

Se eu tivesse a rima

de rosas liquefeitas?

Se eu tivesse em mãos

um gole a mais de ti?

Tudo bobagem!

Eu, pobre poeta,

devo estar doente

de amor, indescritivelmente.

Mas a culpa é tua, oh Deus!

Que compuseste esse poema-gente?

Ivan Schneider
Enviado por Ivan Schneider em 07/01/2016
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