Olhe para mim, Aquarela
A doçura dos meus versos nunca descreveram os nuances do teu rosto,
minhas palavras não couberam no papel.
Ora, talvez fosse a tinta,
de tão pouco doce
esse azul marinho não pudesse traduzir você.
eu, que hoje sou tão pouco,
meu mundo menino, tão mindinho!
Eu, que jamais coube em mim,
que jamais soube de mim,
é, Eu sempre fui assim…
Minhas mãos molhadas de tristeza,
encharcadas de passado,
nos espaços do papel
faltava açúcar,
faltava um pouco mais de mim,
eu que sempre fui assim.
E se eu tivesse a tinta?
A púrpura perfeita.
Se eu tivesse a rima
de rosas liquefeitas?
Se eu tivesse em mãos
um gole a mais de ti?
Tudo bobagem!
Eu, pobre poeta,
devo estar doente
de amor, indescritivelmente.
Mas a culpa é tua, oh Deus!
Que compuseste esse poema-gente?