CAMPOS
Desertei a guerra;
atravessei serras
só para encontrar-te,
no intento de desposar-te.
Não quis dar a minha vida a Cruzada,
mas quis dar-te, minha bem-amada!
Foi por isto que eu desertei,
pois para chegar-te, muito campeei.
Fundaremos um novo país nestes campos brancos!
O castelo ficará alicerçado nestes campos medievais.
Ninguém nos causará horror e espanto,
e nem seremos vítimas das injustiças sociais.
Não sei se foi uma covardia minha,
mas não quis mais ver-te sofrendo sozinha!
Enquanto o nosso amor não estivesse restaurado,
os campos não iriam produzir!
Mas já que os frutos deste, no caminho têm-me alimentado,
as chuvas más já podem sair.
- Gabriel Eleodoro
Rio de Janeiro, 12 de outubro de 1999.