LUXÚRIA FUNEBRE
Luxúria fúnebre
(Tatiane Costa)
Eu ávida pelo desejo de tocar seus lábios
Flutuante pela tua alma
Sentindo o rude gosto do seu beijo nunca beijado
Do coração que se atormenta enciumado
Pela mísera espera do seu encontro
Das lágrimas obscuras
Me arrebata ao teu desejo
Me perturba, aprisiona em suas mãos
Me solta sem motivos para voltar
Cárcere frio que sou
Escuro túmulo.
Finja ao menos
Com o mínimo de intensidade desse acaso
Com o irreal dos seus abraços
Macabro e ensangüentado vento que pulsa em mim
Cantos sóbrios mortíferos
Falecidos nas noites cheias
Ópio de minhas veias
Me desespera e entrelaça
Eu que permaneço no seu amor
Por instinto profundo, cega de paixão.
Sopro o sentido ao seu coração
Beijo na morte da sua alma
E não me encontro aqui, em você.