LUXÚRIA FUNEBRE

Luxúria fúnebre

(Tatiane Costa)

Eu ávida pelo desejo de tocar seus lábios

Flutuante pela tua alma

Sentindo o rude gosto do seu beijo nunca beijado

Do coração que se atormenta enciumado

Pela mísera espera do seu encontro

Das lágrimas obscuras

Me arrebata ao teu desejo

Me perturba, aprisiona em suas mãos

Me solta sem motivos para voltar

Cárcere frio que sou

Escuro túmulo.

Finja ao menos

Com o mínimo de intensidade desse acaso

Com o irreal dos seus abraços

Macabro e ensangüentado vento que pulsa em mim

Cantos sóbrios mortíferos

Falecidos nas noites cheias

Ópio de minhas veias

Me desespera e entrelaça

Eu que permaneço no seu amor

Por instinto profundo, cega de paixão.

Sopro o sentido ao seu coração

Beijo na morte da sua alma

E não me encontro aqui, em você.

Tati Nabokov
Enviado por Tati Nabokov em 02/07/2007
Código do texto: T549374