Lamentos de um amante
Verdadeiramente culpados
Leram o que não estava escrito
Sentiram o que não foi feito
Olharam mas não viram
Inocentemente puros
Negros olhos como a noite
Reluzentes como ouro
Duradouros
Romperam os portais da eternidade
Brilhando para os mortais
Dentre eles encontrei-me
Tomado pela angústia, pelo sofrimento
Rolam lágrimas de sangue
Dos olhos, do peito, da alma
E me pergunto
Amar demais é pecado?
Serei eu verdadeiramente culpado?
Se condenado for por um imortal
Mas souber do seu perdão
A lava incandescente das trevas
Tornar-se-á água cristalina da fonte
O terror chamado morte
Será a lembrança de uma vida sem amor
E na escuridão
Duas pérolas me guiarão
Duas lindas luzes
Dois olhos
Teus olhos.