QUENTE AMOR SINCERO

O meu beijo em sua boca, o nosso beijo,

Sempre aumentava cada vez mais os desejos...

Mas naquela época nossa condição de bolsa,

Colocava-nos longe de uma alcova...

Mas nos devorávamos em todos os abraços,

Na espécie de bosque que as amendoeiras,

Que ladeava a praia, sombreando mais os espaços,

Ocultava-nos na orla, por quase a noite inteira!

E sempre que oportunidade enchia a solidão

Buscávamos lugar um pouco mais seguro

Em lugar onde se via a Lua, mas escuro,

Jogávamo-nos ao mar extravasados de paixão...

E quanta vezes, lembras-te, maré baixa, sem mais ninguém

Nadávamos e caminhávamos dando pés ao chão,

Àquela ilha pequena e nos amávamos também?

E quanto amor fazíamos sem trégua em luz da lua,

Carregados pela emoção sem pejo, sua beleza nua...

Fazia inveja a tantos amores vendidos em chique hotel...

Nosso amor era pago pela Lua e as estrelas do céu!