Confluência dos Corpos Celestes

eu flerto com você

como se fosse um corpo celeste

eu girando em rotação

e você não sai do meu eixo

e me aproximo em sinal de verão

você me esquenta o núcleo e eu deixo

você se afasta e tudo inverniza

e inutiliza até meu vulcão

e me congelam os hemisférios

se você não mais precisa

dessa minha translação

e sem você no meu planisfério

viro uma esfera sem plano

viro um planeta engano

que nem pra satélite serve mais

o sistema solar tá só ar

se você não fica só lá

e meu solo desaba todo

dissolução

sem solução

e eu me quebro em mil pedacinhos

big bang de origem do nada

e no vácuo eu me perco pra sempre

todo vago

todo sem confluência

e nem mais influência da lua me faz esperar por você meu amor

que a lua aliás apagou

tá toda decrescente

por causa de você tão ausente

tão desgostosos estamos

que eclipse nenhum vai ser suficiente