CLAUSURA SEPUCRAL
Eri Paiva
Quem vê de longe, não percebe,
Nem conta pode se dá!
Entre quatro grossas paredes,
Iguais às de um velho convento,
Escuro, frio, cinzento,
Sem suficiente ar, estou eu, dentro!
Nem sei por quanto tempo,
Será este, o meu aposento!
Por uma janela pequenina,
Apenas, por alguns momentos,
Me chega um raio de luar
E as cartas perfumadas de meu bem
Por quem me faço refém...
Sepultada viva, neste antro sepulcral
Cumpro uma pena fatal...
Dormir na dureza do chão,
Comer parca refeição,
Não ver o sol, nem ninguém, porque dei
O amor do meu coração,
A quem, na verdade, é meu rei!
Eri Paiva
Parnamirim/RN - Em 13. 09. 2015