Na hora certa

Os anos afundaram seus planos

rasgaram seu calendário

trocaram de lugar os bilhetes

os lembretes - e tudo

que planejou com tanto zelo

Os anos trocaram suas cores

refinaram seu paladar

alternaram seus sabores

impuseram-na um norte desconhecido

e - muitas vezes - tiraram seu abrigo

Quando percebeu a juventude tinha partido

seu coração desabrigado gritou - chorou

seu corpo mais frágil amigou-se com o tempo

e - pela primeira vez - teve tempo

de olhar para trás

e - sem medo - aos poucos desencavou

os feitos - que não foram poucos

e amou – e amou – e amou

Sorte lançada

transformou-se numa mulher amada

agradecida pela jornada

06/11/2015

(poesia escrita para o Caderno Literário Pragmatha 72)

Rosalva
Enviado por Rosalva em 10/11/2015
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