Amor Avaro

Dá-me, minha amada, alegrias desmedidas,

Cansa-me a alma felicidade tão dosada!

Por que me é tão duro teu abraço?

Por que me é avaro teu sorriso?

Acaso não é infindo o doce paraíso?

Até teu pranto me é caro!

Pudera eu - mesmo em lágrimas -

Preencher teus olhos sublimes!

Mas momento assim a mim é raro.

Tudo que me oferta é tão passageiro:

Seu semblante, sua sombra, tua presença -

Faz-me que com a vida ande em desavença!

Ah, que mal sinto teu balsâmico perfume!

Se sinto, ah! Té os jardins sentem ciúme!

Tudo, em todo o teu ser, que inda sobeja;

Ah, se cruel não fosse! De bom grado daria

A esta pobre alma, que tudo em ti deseja!

Mas se amor é caro a mim cá neste mundo,

E desta paixão somente ganho sobras -

Viva então na mendicidade este amor profundo!

YoungPoett
Enviado por YoungPoett em 21/10/2015
Código do texto: T5421882
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