Elisângela

.:.

No interior de qualquer rosa

existirá sempre um ato de amor.

É difícil senti-lo na essência,

mas é fácil, perceptível,

imaginá-lo na flor.

Não és rosa pura;

és a pureza da flor.

Flor, não és, verdadeira;

és meu tema de amor.

Terei sido claro

ou devo expressar-me eternamente?

Já que pedes:

és bela, pureza eminente;

sou teu, meu tesouro raro.

Não sou – Ah, que desventura! – um plebeu criativo.

Tenho por restrita a filosofia.

Mas, sim, forte sou: autêntico nativo.

Pequeno mestre em desatino,

um noviço, um menino:

este poema de amor.

Niterói-RJ, em 1995.

.:.

Do meu livro 'Anversos de um versador'