ETERNA VISAO

Perco-me entre parades e quadros,

De aguarelas da terra que me deu

Meu ser, meu viver, pintura mulata

Que namorei no rio daquela mata.

Mulata que habita a minha memória

Do tempo que vivemos apaixonados

Nas entranhas das densas florestas

Da minha terra equatorial de frestas.

Revejo-te a todo o instante, sonho

Contigo, abraçados no nosso leito,

Numa volúpia de nudez e entrega

Cujo amor reclama e nao espera.

Sei que nao passas de uma visao,

Irás diluir-te no espaço e no tempo,

E eu jazerei no meu leito, desfeito,

Foi assim mais um mau momento.

Ruy Serrano - 04.10.2015

Ruy Serrano
Enviado por Ruy Serrano em 04/10/2015
Código do texto: T5404208
Classificação de conteúdo: seguro