Despedida

Despedida

Por que motivos você foi embora?

E eu que achava ter-te por inteira

Vivencio a rotina em sua mais torpe maneira

Não sabendo o que fiz, o que sou, a hora

Ainda sem bem entender

Nossas idiossincrasias

Que, sem verso, lógica ou sincronia

Parecem revelar essa monotonia

Se eu fui errado faz-me entender

Pois caminhar pela estrada um tanto cego

Foi dos meus trâmites o mais sincero

Acredito que pelas vitrines fui perdendo você

É estranho passar pela galeria

Fazer mímica pelos espelhos

E sofrer da mais ignóbil idolatria

Ser segurança de meus sonhos, manejos de poesia

E agora que futuro virou disritmia

Em meus passos calculados

Sobrou mesmo foi ousadia

Enquanto você escapava

Eu uns dias bebia e chorava, outros dormia

Vai ver que fui merecedor

De minhas rimas malfeitas

De tua perfídia matreira

Fomos lágrimas do rio da dor

O que é fato não pode ser negado

Meus olhos nunca hão de apagar o lençol amassado

Teu corpo suado, o eu extasiado

O amor foi chama quando soube ser queimado

Já que não pretendes voltar

Vê se leva tudo teu embora

Pois enquanto vens ainda demora

O relógio para, o coração repica, o homem que fui chora

Gabriel Amorim 29/09/15

Gabriel Melo Amorim
Enviado por Gabriel Melo Amorim em 29/09/2015
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