APRENDI A LIMPAR OS SONHOS, OU SEJA; INVERTER OS PESADELOS

Sei que não, meu querido, você não quer uma pessoa como eu, Meu coração é muito machucado, cheio de cicatrizes, uma bagunça.Não se cura.

Eu sei, que não posso ficar com você, sou desengonçada, você vai querer me esconder das pessoas que o conhecem.Sou fumante, gosto de bebidas alcoólicas, tomo vinho exageradamente.

Às vezes Xingo dou meus gritos e falo palavrão..e tem muito mais coisas, defeitos do que você imagina...durmo sem tirar a maquiagem. Eu tento me controlar, mas não consigo, sabe, sou ciumenta.

Tem dia que me levanto e não penteio o cabelo me esqueço de comer.Acho que você não quer alguém com esse coração, cheio de incertezas.

Às vezes me calo, me escondo, fujo, saio do ar, ou falo tanto, tanto, que eu mesma peço para calar a boca.Você não vai me aturar, nem me suportar. Não quero ser um estorvo.

Olha repare bem em mim, porque qualidades, nessa idade você não vai encontrar. Não posso ficar presa, sou muito livre, sou tão livre que aprendi a voar. De tanto correr da briga. Acho que não tenho mais cura.

Costumo sonhar, sonhar e sonhar, acordada.

Aprendi a limpar os sonhos, ou seja; inverter os pesadelos,

acreditar em melhoras.

Eu me engano para poder sorrir. Você pode até me achar louca,

me chamar de louca. Você quer uma louca?

Uma louca voando, atravessando muralhas?

Justamente você que é tão belo, charmoso. Tão digno tão sério.

Na verdade eu não acredito que você vai aceitar minhas rugas minhas fugas, quando eu decidir silenciar. Me calar me esconder de você. Entrar dentro dentro de mim, como se fosse uma caixa, de segredos..

e não querer ver e nem ouvir nada, nem ninguém.

Pior ainda é você aceitar essa minha cara lavada, meu corpo desengonçado, minhas pernas tortas, meu cheiro.

Então se me quiser, venha voar comigo, segure nas minhas mãos, eu tenho asas, venha para o meu céu, meu inferno, você já sabe como sou, Mas tens que aceitar meu coração.

..sonia solange da silveira ssolsevilha poetisa do cerrado

sonia solange da silveira ssolsevilha
Enviado por sonia solange da silveira ssolsevilha em 26/09/2015
Reeditado em 26/09/2015
Código do texto: T5394829
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