Veste da Última Camisola
Que as palavras não sumam
chegue antes de mais algum
apareça na hora do cansaço de tudo isso
quando for a vez do vestido
O sereno venha a ser amigo
que em outras noites
o frio se cale no coracobraquial
o mesmo segure o fruto de teu útero
Pra toda uma vida, aquele café
seja tomado aquela intensidade
torço a olhos de amparo
em vez de deslumbro de pajé
Que os versos vão do Rio
até o porto dos trens vazios
e que o medo esteja nas listras
do xadrez, do étnico mas sempre do esquerdo
Diante do cavalo ganhe as corridas
os adversários são eternos
mas confesso
a trapaça é válida, a rédea é pra dois
Tornar o eu como segundo
competitivo da porta de escola
diante das rugas, dos fios brancos
até o veste da ultima camisola