Desalento

Nosso amor esvaiu-se na linha do tempo,

perdeu-se no labirinto da desilusão.

Fogo fátuo de um desejo abandonado,

corpo sem alma que jaz esquecido, desfigurado.

Nosso encontro encarnou o mito de Prometeu

que, no lago profundo da indiferença,

sucumbiu moribundo, pálido e descarnado... esmoreceu.

Nosso olhar se revelou prenhe de cumplicidades,

encantou afagos, orgasmos, sonhos e projetos.

Hoje, se revela como um débil conjunto de frivolidades.

Fomos juntos tudo isso, olhares, prazeres, delírios,

risos, carícias, sol, chuva, tempestade, inverno e verão;

uma miríade alucinante de intensos sentimentos,

que agora se esvaem tênues no horizonte do esquecimento.

Hoje, neste árido outono de uma esperança,

só nos resta velar, chorar e sepultar

com inaudita e desolada sofreguidão,

os rotos pedaços daquilo que um dia foi a nossa ilusão.

G_Bienenstein
Enviado por G_Bienenstein em 19/09/2015
Reeditado em 02/10/2015
Código do texto: T5387469
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.