RIBALTA DA VIDA

RIBALTA DA VIDA

Ah, deixa-me, aqui sentar nesta cadeira!

Tenho tão cansado este corpo, não sei

o que mais me dói, se alma ou o elemento!

Há tanto tempo vejo-me nesta caminhada

que o olhar pra traz me trará mais angústia,

mais dor, mais desejo de chegada!

E pensar que chegar é apenas um não ficar,

é um ir pra não voltar, é ser e não estar!

A agonia do momento que passa, a escorregar

pelo tempo, na vida, pelos dedos trêmulos!

O desejo de um futuro inolvidável a reclamar

crença no que possa vir e sem estímulos!

A vida no declínio, já sem coragem de viver

e o desejo imenso de amar no apagar

das luzes de uma ribalta esquecida e triste

que desce os panos pesados

de uma vida que não mais existe!

Eugênia L.Gaio - 18/09/2015

Eugenia L Gaio
Enviado por Eugenia L Gaio em 18/09/2015
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