Como os dedos

Meus dedos são como lápis

Que vão escrevendo versos

No papel do teu corpo.

E nesse corpo,

As vezes,

Me encontro com marcas

E cicatrizes de poemas antigos

Que foram apagados com o tempo.

As vezes bebo-te

Em goles de raiva,

Misturado com perdição.

E trago todo o egoísmo

Que tem em ti,

Com cigarros baratos

Ascendidos na chama da tua timidez.

E em meio a toda essa confusão

Que é você;

Vejo tua boca,

Lépida e sádica,

Destilando sorrisos

Empoçados de venenos.

E acho teus olhos,

Quietos e calados,

Tentando disfarçar

Aquilo que você tem por dentro;

E que agora

Está fora de seu controle.

Zé Fagner
Enviado por Zé Fagner em 13/09/2015
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