Como os dedos
Meus dedos são como lápis
Que vão escrevendo versos
No papel do teu corpo.
E nesse corpo,
As vezes,
Me encontro com marcas
E cicatrizes de poemas antigos
Que foram apagados com o tempo.
As vezes bebo-te
Em goles de raiva,
Misturado com perdição.
E trago todo o egoísmo
Que tem em ti,
Com cigarros baratos
Ascendidos na chama da tua timidez.
E em meio a toda essa confusão
Que é você;
Vejo tua boca,
Lépida e sádica,
Destilando sorrisos
Empoçados de venenos.
E acho teus olhos,
Quietos e calados,
Tentando disfarçar
Aquilo que você tem por dentro;
E que agora
Está fora de seu controle.