Teus olhos
O dia não passa,
mas passo o dia
pensando;
Em ti,
em mim;
Em nós.
E ainda que eu ande pela sombra de teus olhos,
por eles sou despercebida;
E ainda que a tua voz acaricie minha pele,
não me diriges a palavra;
E por mais que eu me entregue a ti,
de nada adiantará,
esse segredo que te diz respeito,
que diz respeito a você.
O arrepio que sinto quando ouço tua voz,
E os segredos que vejo em teus olhos
quando vão de encontro aos meus;
São incertos, desprovidos, impulsivos e involuntários.
A tua voz
como um balanço,
e os teus olhos como o fogo do inferno,
que me alenta;
No embalo desse sentimento que sustento,
desejo que nossa frequência se encontre.
E a sintonia de arrepios
provocados pela melodia balbuciada pelo calor da tua boca
no meu ouvido,
me faz ferver;
E no âmbito de minha alma
sinto o fogo queimar,
sinto o fogo do inferno acender;
E no âmbito da insanidade o vejo escapar.
A tua voz me desperta
do meu sono acordado,
do meu sono secreto,
incerto,
desprovido.
E tua voz me desperta
enquanto pairava em teu olhar.
Mais um dia que passo sem você.
Mais um dia que passa.