SONHO DE AMOR
Nessa mão que ora aperta a minha mão
e a inflora de illusão
por fugitivo instante,
que castello tão lindo e seductor
meu ideal levantou!
castello que de ti se illuminou
para o amor em meu sonho abrir-se em flor,
e a minha alma sonhar...
para ouvir a canção
da tua voz cantante
embalar meu amor...
No castello ideal do meu amor
que a tua mão detém,
eu sonho...
O meu anseio cresce com fervor,
e por beijar-te os olhos de ternura
em mim mal se contém...
Lá fóra, a noite estende-se, fulgura
num velório crivado de topázios,
e abre um sonho de estrellas sôbre as rosas...
Eu sonho...
Pelas azas vaporosas
de uma illusão que perpassa,
o teu vulto formoso,
senhor dos olhos gázeos
de olhares sonhadores,
senhor do meu castello,
que de sonhos estrella.
E enquanto sonho enlevada nos fulgores
dos teus olhos, e, em febre por teus beijos,
meu coração se agita,
cresce-me a ânsia que incita
a fazer-te ditoso...
A noite sobe, cálida suspira
em fremitos e arquejos,
solta o véo de luar, sonha, delira,
cheia de comoções misteriosas;
e, toda enflorescida,
espalha o aroma vago
de magnólias e rosas...
Eu sonho...
e ansiosa, e trêmula de amor
da noite aspiro o aroma embriagador...
No castello que o meu ideal ergueu,
na tua mão que o detém,
no castello que é teu
e é meu único bem,
eu sonho...
O meu amor abre-se em flor,
e eu, na illusão de fugitivo instante
ouço em meu sonho a tua voz constante
embalar meu amor.
obs: texto original de 13/08/1942, atribuido a Ibrantina Cardona (constante no caderno de poesia de meu pai, Antonio Sava Mendes).
Nessa mão que ora aperta a minha mão
e a inflora de illusão
por fugitivo instante,
que castello tão lindo e seductor
meu ideal levantou!
castello que de ti se illuminou
para o amor em meu sonho abrir-se em flor,
e a minha alma sonhar...
para ouvir a canção
da tua voz cantante
embalar meu amor...
No castello ideal do meu amor
que a tua mão detém,
eu sonho...
O meu anseio cresce com fervor,
e por beijar-te os olhos de ternura
em mim mal se contém...
Lá fóra, a noite estende-se, fulgura
num velório crivado de topázios,
e abre um sonho de estrellas sôbre as rosas...
Eu sonho...
Pelas azas vaporosas
de uma illusão que perpassa,
o teu vulto formoso,
senhor dos olhos gázeos
de olhares sonhadores,
senhor do meu castello,
que de sonhos estrella.
E enquanto sonho enlevada nos fulgores
dos teus olhos, e, em febre por teus beijos,
meu coração se agita,
cresce-me a ânsia que incita
a fazer-te ditoso...
A noite sobe, cálida suspira
em fremitos e arquejos,
solta o véo de luar, sonha, delira,
cheia de comoções misteriosas;
e, toda enflorescida,
espalha o aroma vago
de magnólias e rosas...
Eu sonho...
e ansiosa, e trêmula de amor
da noite aspiro o aroma embriagador...
No castello que o meu ideal ergueu,
na tua mão que o detém,
no castello que é teu
e é meu único bem,
eu sonho...
O meu amor abre-se em flor,
e eu, na illusão de fugitivo instante
ouço em meu sonho a tua voz constante
embalar meu amor.
obs: texto original de 13/08/1942, atribuido a Ibrantina Cardona (constante no caderno de poesia de meu pai, Antonio Sava Mendes).