BILHETE DO AMOR
Num dia incerto, eu abro meu caderno
e vejo uma coisa tão minúscula,
tão frágil, tão sensata,
tão maravilhosa e majestosa!
Um bilhete em forma de coração pintado,
de que certa forma, tem-me alegrado!
E me deixou tão apaixonado!
Eram palavras claras,
lindas e raras.
Tão bem feitas,
que pareciam coloridas borboletas!
"As muitas águas não poderiam apagar
o nosso amor, que nós sentimos por você.
Nós te adoramos, de montão!"
Esta foi a declaração que as poetisas
da turma 701 me mandaram.
E eu, um cara tão abobalhado,
senti a vontade, de ganhar um beijo estalado!
É pena, pena que eu não as conheço.
Às vezes, até me esqueço,
desse dia, de beleza e poesia,
na esperança de pegar, alguma dessas gatinhas!
- Gabriel Eleodoro
Rio, junho de 1995.